segunda-feira, 30 de abril de 2007

Rifa-se Um coração Quase Novo...

Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração a moda antiga.
Um coração traquino que insiste
em pregar partidas ao seu proprietário.

Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, mas calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco consequente que nunca desiste de
de acreditar nas pessoas.

Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero é isso que eu espero..."
Um idealista... Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endureçe, e mantem sempre viva
a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o sufuciente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu proprietário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu proprietário dizer
que São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endureçer e, se recusa a envelhecer".

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu proprietário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconsequente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provalmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamente
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que domina.

Um velho coração que convence
seu proprietário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta.

6 comentários:

Erik disse...

Eu troco o meu por um figado novim

Anônimo disse...

O meu eu to rifando. Qualquer moeda leva,heheheh
O texto é show!!
Se cuida.
Abração!!

Anônimo disse...

Muita gente precisaria de um coração desse! Tem mais deles para espalhar pelo mundo?

Lidiane disse...

Não rife, não.
Ô menino querido, logo seu coração será motivo de disputa, isso sim.

Beijoca.

Carlinha Salgueiro disse...

Você está rifando meu coração no teu blog?
Muito bonito isto amigo.
Um beijo grande!

Fabi disse...

Oi, fuçando na net achei esse seu texto maravilhoso, que me tirou lágrimas dos olhos.

Então resolvi escrever para elogiar a inspiraçã... parabéns

Bjs
Fabi